Gôndola

13 de set. de 2012

Azul marinho

Tarde da noite, insônia braba. Eu e meu precioso e forçado tempo vago.
Eu imaginava. Eu caminhava nos prados dos meus pensamentos. Mas os caminhos aos poucos não pude mais memorizar, preferi parar. Sem nada proferir, parar somente. Parar e pensar, quem sabe.
Aí sim poderia (tentar) dormir. Com o peito virado para o alto, contra o teto, o elemento concreto, e ao mesmo tempo abstrato, que me separava do cintilante telhado do céu.
Estava há horas com caneta na mão e, à minha frente uma pilha de papéis, que impassíveis aguardavam uma atitude minha, uma ideia.
Até então sem um rabisco sequer, me desafiavam.
Coisas, apenas coisas. Pensei.
Me preparava para dormir, o amargo da derrota amarrando o céu da boca.
Foi aí que pude ouvir o silêncio. 
E quando  dei por mim lá estava eu, deitado no chão de carpete azul marinho, estava calmo e azulado, o telhado cintilante do céu dentro do meu quarto.
Eu nem queria mais dormir.

(História verídica, remonta ao ano santo de 2002.......)

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