Tarde
da noite, insônia braba. Eu e meu precioso e forçado tempo vago.
Eu
imaginava. Eu caminhava nos prados dos meus pensamentos. Mas os caminhos aos
poucos não pude mais memorizar, preferi parar. Sem nada proferir, parar somente. Parar e pensar, quem sabe.
Aí
sim poderia (tentar) dormir. Com o peito virado para o alto, contra o teto, o
elemento concreto, e ao mesmo tempo abstrato, que me separava do cintilante
telhado do céu.
Estava
há horas com caneta na mão e, à minha frente uma pilha de papéis, que
impassíveis aguardavam uma atitude minha, uma ideia.
Até
então sem um rabisco sequer, me desafiavam.
Coisas,
apenas coisas. Pensei.
Me
preparava para dormir, o amargo da derrota amarrando o céu da boca.
Foi
aí que pude ouvir o silêncio.
E
quando dei por mim lá estava eu, deitado
no chão de carpete azul marinho, estava calmo e azulado, o telhado cintilante do céu dentro do meu quarto.
Eu
nem queria mais dormir.
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