Gôndola

18 de jun. de 2013

Modus operandi

O contínuo açoite havia, aparentemente, extinguido a vontade, a dignidade e a auto estima.
Tanto nos disseram que a realidade é mesmo dura, e injusta, e que devemos aceitar, que o brilho dos olhos aos poucos se apagou.
E assim, sucessivamente, o que veio foi a domesticação, fomos sistematicamente moldados em prol do funcionamento de um sistema puramente escravizador e desumano.
De nós foi extraído o máximo possível, através de métodos semelhantes a tortura. Ainda que de forma velada, mitigada.
O que nos foi devolvido era, senão, mísera esmola.
A reciprocidade, suja, que nos envergonhava.
Está claro que a alta velocidade das coisas hoje em dia é proposital, pois, no olho do furacão não nos é permitido pensar, ou tomar ciência da individualidade e dos direitos que herdamos da vida. Estamos vivos, temos, portanto, o direito de viver, muito embora o que façamos seja apenas sobreviver.
Este princípio de total controle não se aplica à natureza, tudo que dela faz parte é aproveitável, e reserva em si o potencial de transformação, ao observá-la conhecemos o verdadeiro significado da palavra revolução.
A natureza em nós foi duramente violentada, física, mental e emocionalmente.
O potencial represado de revolução não pôde mais ser contido. O que acontece a partir de agora é ressonante.
O grande despertar nos ensinará  a olhar ao próximo como um igual, e nisto reside tudo o que há.
Veremos, nos olhos dos nossos irmãos, aquilo que somos. Veremos o imperfeito com grande contentamento, e nisto ,a beleza, pois assim o somos.

Despertamos, quando, ao abrir os olhos para um novo ciclo, sentimos o medo e a alegria da mudança em nossas almas.
  
O que nos foi devolvido, e era, senão, mísera esmola, não nos serve mais.

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