Gôndola

31 de jul. de 2012

Askask


















Quão profunda é uma alma?
Quão sinuosos são os caminhos que levam ao coração?
Quanto de nós ainda é puro?
Quanto somos verdadeiros?
Quantas perguntas a nosso próprio respeito podem ser feitas, e quantas respondidas?

Disseram-me que, invariavelmente, as maiores dádivas de Deus são as preces não respondidas. Seria teimosia desejarmos algo que não foi concebido para nós? A dinâmica de mudança que vemos em tudo, e em todos, não é aplicável também à tais coisas, quando a nós relacionadas? A essa teimosia poderíamos chamar de obstinação, dando a ela o caráter de uma virtude?
Ainda não vivi o bastante para entender, então creio que sou um desses teimosos, que prefiro chamar por otimistas, mas que muitos tratam por não realistas.
Por isso almejo tanto o Conhecimento, porque talvez me traga conforto, porque talvez altere minha natureza. Por isso quero estar na Luz, a que o Conhecimento provê, e assim quem sabe vislumbrar o início de algo que é infinito.
Eu poderia aprender, eu poderia descobrir. Mas, nesses dias, tais verbos não tem a mesma amplitude. Pois ao passo em que a voz corrente é de que nada mais possa ser descoberto ou aprendido, nos afastamos do conhecimento, e, por consequência, da luz.
Reaprender: a andar, a falar, a sonhar, a amar.
Redescobrir: a América, o cosmos, a nós mesmos.
Aceitar pode ser simples conformismo ou virtuoso bom senso, ou no final apenas a única alternativa que se tem.
Enquanto isso a história não pára e nunca tem fim.

(Criado em meados de 2004. Depois de naftalinizado, postado.)

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