São estes, vindouros, os derradeiros dias
Assim, já não bastam a sinopse, a resenha, ou o resumo
Porque, à beira de um rio, a sede é o carrasco pessoal
Deixando na boca, seca, o gosto acre do fel
É tempo de querer o dobro, de dobrar a abnegação
De sermos sonâmbulos, caminhantes dos sonhos
De não mais tentar expressar a dor, de cerrar os olhos
De não diagnosticar, não curar, não suplicar
É hora de provar da maculada água corrente
De bailar com o mascarado desejo incoerente
De abraçar o maltrapilho medo latente
De encarcerar a óbvia ilusão demente
Pois vivemos para a expiação
Buscamos a lucidez, à esmo
E, sob os auspícios de uma pseudo precisão, subsistimos
Imbuídos na loucura geral de sermos o que somos
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Idéias. Eu deixo as minhas, você traz as suas.